
Ao longo de 20 anos de atuação com dívidas bancárias, acabei desenvolvendo uma metodologia de negociação com bancos que aplicamos à maioria dos casos do escritório.
A metodologia envolve 3 passos que são dados em praticamente todas os casos que nos chegam e que exigem a negociação com o banco.
Os passos são os seguintes:
- Estimar os riscos da estratégia de negociação com bancos;
- Antecipar os passos do banco
- Elaborar proposta com base em planejamento financeiro pessoal
Vamos aos passos!
PASSO 1 – Estimar os riscos da estratégia de negociação com bancos

A estimativa dos riscos envolve uma análise da situação financeira e patrimonial do devedor.
Também é feito um levantamento do estado atual da dívida, com levantamento de todos os contratos e documentação bancária disponível junto ao banco.
Isso permitirá estimar os riscos que o devedor corre numa negociação com o banco.
Existem vários riscos que o devedor de banco corre:
- Penhora online de valores em conta bancária;
- Penhora de bens imóveis e mesmo bens móveis (carro, por exemplo);
- Penhora de bens dados em garantia da dívida (imóvel ou carro financiado);
- Inscrição do nome no SERASA com restrição para conseguir novos créditos;
- Não ter sucesso na negociação e a dívida aumentar ainda mais;
- Incômodo das ligações de cobrança.
PASSO 02 – Antecipar os passos do banco

Tenha em mente que cada banco se comporta de uma maneira diferente em negociações.
Como a concorrência entre os bancos para operações de crédito é baixa e está concentrada na mão dos 5 maiores bancos, não é difícil mapear o comportamento negocial de cada um deles.
Com isso é possível se antecipar aos passos do banco e conseguir uma posição mais vantajosa na negociação.
Um profissional com experiência em negociação com bancos pode ajudar a traçar um perfil negocial do banco que ajudará no desenho da estratégia.
Por exemplo, sabemos que entre os bancos privados, o Itaú é o mais flexível nas negociações, seguido do Santander e do Bradesco.
Já entre os bancos públicos, não há tanta flexibilidade na negociação, sendo que a Caixa Econômica Federal é campeã na inflexibilidade negocial.
Por outro lado, temos percebido que o Banco do Brasil se tornou mais flexível após a pandemia, como atestamos em negociações feitas no escritório e também feitas por nossos alunos.
Passo 3 – Elaborar a proposta com base em planejamento financeiro pessoal

Toda negociação envolve a elaboração de uma proposta a ser analisada e aprovada pelo banco.
Essa proposta deve ser baseada numa análise realista da capacidade de pagamento do devedor.
De nada adianta fazer uma proposta mirabolante para conseguir convencer o banco e lá mais adiante voltar a ficar inadimplente.
E planejamento financeiro requer um compromisso com hábitos de consumo mais saudáveis e uma vida financeira mais controlada.
Temos insistido com nossos clientes que um planejamento financeiro sustentável é fundamental para a estratégia de negociação com os bancos.
Na verdade, esse é o grande desafio do devedor de banco, uma vez que fugir das dívidas de forma definitiva exige uma mudança de atitude radical com relação ao uso do seu dinheiro.
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