
Para muitos, dívida é sinônimo de vergonha e constrangimento.
Por não conseguir falar do assunto, o tema das dívidas se torna um tabu.
E ao evitar esse tipo de conversa, muitos acabam tendo sérias dificuldades em negociar suas dívidas com o banco.
Uma pesquisa do SPC mostra que 8 em cada 10 brasileiros sentem emoções negativas por conta das dívidas.
Os sentimentos mais comuns são a vergonha pela situação de inadimplência, infelicidade, medo de não conseguir quitar os débitos, nervosismo, irritação e desespero.
Fica a sensação de que o endividamento é um problema impossível de ser resolvido, já que os Bancos seriam agentes econômicos muito poderosos, contra os quais nada poderia ser feito.
Os bancos, que não são bobos, sabem dessa vulnerabilidade dos devedores e usam desse conhecimento para pressionar inadimplentes a quitar seus débitos.
A negociação se torna um jogo onde o endividado aparece como refém da dívida, sendo pressionado ao máximo para regularizar suas pendências da forma mais rápida possível.
Não há motivo para vergonha
É importante ter consciência de que estar endividado é uma realidade de milhões de brasileiros e não há motivo para vergonha.
Cada um tem um motivo para ter chegado a esta situação.
Bem ou mal, o que importa agora é a sua intenção de buscar a solução para o problema.
Não se sinta intimidado a realizar o pagamento da dívida e saiba que o banco está preparado para uma rodada de negociação.
É importante que todos os envolvidos consigam resolver o problema da melhor maneira possível e isso é vantajoso para o banco também.
Converse com o negociador ou representante do banco de igual para igual.
É importante mostrar que você está disposto a quitar a dívida, mas que determinadas condições precisam ser ajustadas previamente.
E cuidado com as armadilhas da negociação!
Não se sinta pressionado para aceitar de cara a primeira proposta do banco.
Você pode avaliá-la, consultar um especialista em dívidas bancárias, pode pensar em casa e dar uma resposta num segundo momento.
Só feche o acordo se as condições ofertadas estiverem dentro da sua realidade financeira.
Lembre-se que o banco sempre vai querer melhorar sua posição na negociação e por isso pode oferecer uma venda casada, um seguro, uma consolidação dos vários contratos em um só.
Outra oferta perigosa que precisa ser avaliada com cuidado é a renegociação da dívida por meio da oferta de um bem em garantia (normalmente, um imóvel).
Dar um imóvel em garantia fará com que o banco fique com a propriedade e leiloe para quitar a dívida, caso você não consiga pagar, por qualquer imprevisto.
E cuidado: isso pode ocorrer mesmo que o seu imóvel seja um bem de família!
Perceba que a garantia coloca o banco numa situação de vantagem muito grande e pode representar a sua ruína, caso você não consiga pagar as condições impostas pelo banco.
Enfim, a ideia central aqui é ser cauteloso e apostar numa negociação estratégica e vantajosa para ambas as partes.
Não se sinta intimidado pelo banco!